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Clima em Paris

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Na última sexta-feira antes de eu viajar de volta de Paris, no domingo, dia 19 de agosto de 2012, fez um calor em Paris como eu nunca tinha visto antes, nem nos dias mais quentes em Curitiba (sim, fazem dias bem quentes em Curitiba; um ou dois por ano). Considerando que faz muito frio no inverno na região, dá para dar uma ideia dos extremos que fazem parte do clima em Paris.

Mas naquele dia, em Paris não estava apenas ensolarado e quente. Mesmo no lado assombradado da calçada soprava uma brisa morna. Mais que morna: tépida. Creio que qualquer um que sofresse de síndrome do pânico tinha o risco de ter um ataque por se sentir sufocar.

A modorra agarrava as gargantas preguiçosamente enquanto os passantes buscavam aos tropeços vagarosos os ares condicionados de um estabelecimento comercial e outro.

A TV, pela manhã, não falava em outra coisa que não fosse canicule, canicule, canicule (onda de calor).

Ainda assim, decidi enfrentar o clima quente de Paris e andar algumas quadras a mais depois de parar em um Starbucks para tomar um frapuccino bem gelado.

Não consegui fazer uma imagem que retratasse de fato o calor, aquele calor que eu nunca tivesse vivido antes, alguma que mostrasse as pessoas se esgueirando para alguma sombra furtiva porque naquele momento eu era o único estúpido a andar por ali (passe o protetor solar, meu filho, diria minha mãe).

Assim, terei que contar com a imaginação do leitor para que acredite que as duas seguintes imagens foram feitas sob algo que acredito ser uma grande lupa postada sobre mim, a formiga brasileira a andar no formigueiro francês. Fugi da lupa, em seguida, voltando aquelas quadras todas a tostar a lata sob o sol, para me abrigar resignado no ar condicionado do meu quarto.

clima em paris 2
Dez metros depois, os vagões derreteram, mas não consegui registrar a imagem
Clima em Paris
Aquilo perto do poste é um ovo frito

Clima em Paris: chuva

Antes da onda de calor em Paris, eu peguei pelo menos uns dois dias de garoa. E, olha, não achei ruim não. Ninguém fica triste de pegar chuva em Paris. Talvez os parisienses. Eu estava feliz da vida. Numa dessas noites até precisei usar a única blusa que levei.

Foi no domingo, um dia depois de ter chegado, quando tirei o dia para andar e vivi meu pseudo-romance em Paris (inesquecível, claro). Depois que andei no bateaux mouche pelo Sena, a chuva estava mais forte. Achei que seria uma boa ideia comprar um guarda-chuva francês.

Comprei de um comerciante logo ali no ponto dos barcos. Não bastasse ser em um espaço eminentemente turístico estava chovendo. O cara me cobrou 10 euros. “Diz irrôs”, ou algo assim, como eles pronunciam. Vinte e cinco reais. Andei cem metros e a bagaça do guarda-chuva soltou o pano de uma das hastes.

Voltei, como se faz aqui no Brasil. Acho que, por isso, o vendedor não entendeu. Ou já tinha vendido todos os guarda-chuvas ou não queria trocar mesmo. Tentou explicar que era só encaixar o pano, deu um migué qualquer e prendeu precariamente a já fina lona na vareta. Tentando devolver 5 euros (sanc irrôs), que recusei. Disse um mercibocu educadamente e fui embora. Afinal, estava em Paris.

Acho que foi a única vez em toda a viagem que me estranhei com um francês. Todos os demais se mostraram cordiais, educados, gentis, prestativos e atenciosos até demais. Desde que voltei tenho estado atento ao modo como trato as pessoas de quem me aproximo graças ao nível de educação dos franceses.

De qualquer maneira, tenho que sugerir aos vendedores de guarda-chuva brasileiros: eles podem abrir negócios em Paris. Há todo um mercado a ser explorado por lá, pois pelo menos aquele vendedor não sabe o que está fazendo.

Clima em Paris 3
Eu e meu guarda-chuva francês/chinês ou algo assim voltando do passeio de barco no Sena

O post Clima em Paris apareceu primeiro em Viagem Paris.


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